domingo, 27 de novembro de 2011

Justiça x Justiça

O termo justiça, cada dia se nubla mais para mim.
Numa semana onde um médico foi preso pela morte de seu paciente, um traficante poderoso é preso junto com um membro de um corpo consular, alunos de uma das mais importantes instituições do país são presos por não cumprirem uma determinação jurídica e um ocorrido pessoal me desnorteou, mais uma vez me fez pensar em justiça.
Vivemos num país com leis e instrumentos para sua aplicação apesar de sabermos que o braço da justiça não alcança muitos não cumpridores da lei.
O que enxergo hoje é que o termo justiça é subjetivo demais, ou assim se tornou, são leis que anulam leis, juízes, advogados, promotores com entendimentos diferentes das aplicações de cada uma delas, mas acho que todas estas dúvidas sobre o assunto só existem por não trazermos para o foro íntimo, isso mesmo, vemos todos os dias escândalos de políticos que nos indignam, quando traficantes são presos achamos que a justiça está sendo feita e tem também aquele advogado que livrou a cara de mais um playboy que bêbado bateu seu carrão levando a vida de alguém.
E quanto as nossas ações corriqueiras, não vou ser repetitivo e falar dos pequenos furtos que alguns fazem na bandeja de frios no super mercado, daquela graninha que não servimos ao leão, tão pouco da molhada na mão do guarda para ele não nos multar, isso todos sabemos que é errado e já banal.
Estou falando do que é ser honesto olhando para dentro de nós mesmos, se nosso senso de justiça vai além do que é confortável pra gente, se enxerga o que é justo com o próximo. Eles nem sempre são compatíveis, será que nosso senso de justiça no sacrificaria num possível prejuízo para que o próximo de maneira legítima não o tenha?
Cada dia mais acredito que a justiça que queremos na sociedade só será possível quando não dependermos apenas das leis, que nada mais são que agentes externos para o cumprimento de um acordo social, mas sim quando tivermos claro, cada um de sua maneira, que o egoísmo que vive encerrado em nossos peitos deixe de ser o responsável por nossas noções de justiça. Precisamos sim ver que justiça se faz não só quando alguém é preso ou por paga uma multa e sim quando o bem-estar alheio for considerado fator importante em qualquer tomada de decisão. Precisamos saber dosar isso, saber quando a justiça não nos colocará na posição mais confortável e mesmo assim nos sentirmos completos.

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