sábado, 22 de fevereiro de 2014

Cotidiano ou aventura?


Só para te falar...



Tem dia em que parece que sua vontade não cabe em seu corpo, que sua mente não alcança essa vertigem que te faz tremer.
Estou falando de aventura, daquele devaneio louco que todos tem desde criança, de estar num bote em meio uma selva, escalando uma montanha, mergulhando em meio a tubarões, enfrentar um vilão e salvar a humanidade.
O tempo passa e vemos essas aventuras se desfazerem pela lógica e amadurecimento, pela razão que nos leva a aprender que o dia-a-dia é bem diferente do que víamos nos desenhos e livros.
Abraçamos novas missões que não parecem em nada fantásticas nem heroicas, pagar contas, cumprir prazos, ouvir, responder, concordar querendo discordar, chegar na hora, dormir na hora, perceba o quanto é difícil tudo isso, que talvez alguns de seus heróis não conseguiriam encarar a sua rotina.
Acho que talvez a aventura não tenha morrido, e que talvez nós tenhamos deixado o cotidiano ter se tornado cinza, valorize sua missão a incremente com algo que te sopre vida.
Talvez esta aventura ainda esteja ai latente em seu peito.
Hoje mesmo passei o dia todo pensando numa frase que ouvi num filme eu acho: "o barco está mais seguro quando está no cais, mas não foi feito para ficar lá".
Parece bobo, lugar comum num mundo cheio de livros de auto-ajuda, gurus, messias, mas a frase me acertou em cheio, o que me levou até esse pensamento que divido com vocês.
Não estou falando que está na hora de colocar uma roupa extravagante e sair na captura de bandidos, mas sim em valorizar seu cotidiano, entender a importância dele no seu dia-a-dia de quem te cerca.
Mas não se acomode com isso, deixe esse uivo sair de seu peito e busque algo que faça suas pupilas dilatarem, que te arrepie e que se transforme em boas histórias.
Reserve um tempo para  esse intrépido aventureiro.
p.s. ainda esperando a melhora da perna para sair em busca de alguma boa história.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Fratura no cotidiano

Só pra te falar...


Hoje faz exatamente um mês que quebrei a perna.
Calma, não se desespere, não vou transformar isso num trauma que mudará minha vida, meu jeito de pensar e finalmente lançar aquele livro de auto-ajuda, mesmo porque foram só alguns ossos quebrados numa situação nada heroica, num lugar comum, a única diferença é que foi no primeiro dia do ano, o que sinaliza que as coisa deve melhorar durante o ano, espero.
Mas de qualquer maneira minha rotina foi alterada, não fui ao escritório durante um mês, coisa inédita para mim, dormi muito, não fiz quase nada durante este tempo apenas cultivar a barba e verificar a melhora gradual de minha perna.
Logicamente tive bastante tempo para pensar na vida e "no nada".
Na vida, em tudo que gosto e valorizo, em como estou tratando isso, logo percebi que meus sentimentos e seus objetos não são incorretos, vis ou insinceros, mas certamente me acostumei a tratá-los de maneira trivial, automática, e que isso pode ser a causa de desavenças e resultados nada satisfatórios para esta mente inquieta mas que vê seu espírito se acomodar.
Gostar e se dedicar não é certeza de vitória ou bons resultados, pois percebo que minha dedicação possa ter se fundido a uma situação, ou seja será que é um vicio, uma maneira de tratar, será que o que faço com meu trabalho, minha relações é realmente dedicação?
Não sei, demorei 40 anos para aprender e ficaria bem puto de perceber em um mês que fiz tudo errado toda a vida. Mas com certeza hoje vejo dedicação de uma maneira mais ampla.
Se dedicar não é só empregar todo seu tempo e suor numa coisa, se dedicar para mim agora tem a ver também a ponderação, estudo, avalizações.
Que ferramentas preciso para melhorar minha relação com as coisas que me são caras, que tipo de atenção preciso dar, qual a qualidade do tempo que devo dedicar?
Veja bem, até agora me refiro apenas á dúvidas, e é tudo que tenho neste momento, dúvidas em como vou conseguir alterar meu comportamento, como irei maturar estas idéias aponto delas saírem da minha mente e tomarem meus atos.
E neste momento acho que o pensar "no nada" pode ajudar.
Explico "o pensar no nada" sendo aquele momento em que sua mente parece relaxar e nada verdadeiramente importante parece se projetar na tela de seu pensamento, é como se flutuasse entre a ciência e o inconsciente, nestes momentos muitas vezes aparecem cenários, situações e possibilidades que talvez nunca tenham atraído muito de sua atenção. É também o momento que se desliga do trivial, é o lugar que pode pensar no que quiser, é onde pode relaxar. Espero que seja "o pensar no nada" um dos condutores da epifania que tanto espero para dar o start naquele plano louco, fora dos padrões que vejo nos filmes e habita meu imaginário.
Sei que tudo isso irá me levar a questionamentos oriundos de outras pessoas e de mim mesmo.
Enquanto isso vou me apegar a máxima que diz,
              " a vida começa aos quarenta".