sábado, 1 de fevereiro de 2014

Fratura no cotidiano

Só pra te falar...


Hoje faz exatamente um mês que quebrei a perna.
Calma, não se desespere, não vou transformar isso num trauma que mudará minha vida, meu jeito de pensar e finalmente lançar aquele livro de auto-ajuda, mesmo porque foram só alguns ossos quebrados numa situação nada heroica, num lugar comum, a única diferença é que foi no primeiro dia do ano, o que sinaliza que as coisa deve melhorar durante o ano, espero.
Mas de qualquer maneira minha rotina foi alterada, não fui ao escritório durante um mês, coisa inédita para mim, dormi muito, não fiz quase nada durante este tempo apenas cultivar a barba e verificar a melhora gradual de minha perna.
Logicamente tive bastante tempo para pensar na vida e "no nada".
Na vida, em tudo que gosto e valorizo, em como estou tratando isso, logo percebi que meus sentimentos e seus objetos não são incorretos, vis ou insinceros, mas certamente me acostumei a tratá-los de maneira trivial, automática, e que isso pode ser a causa de desavenças e resultados nada satisfatórios para esta mente inquieta mas que vê seu espírito se acomodar.
Gostar e se dedicar não é certeza de vitória ou bons resultados, pois percebo que minha dedicação possa ter se fundido a uma situação, ou seja será que é um vicio, uma maneira de tratar, será que o que faço com meu trabalho, minha relações é realmente dedicação?
Não sei, demorei 40 anos para aprender e ficaria bem puto de perceber em um mês que fiz tudo errado toda a vida. Mas com certeza hoje vejo dedicação de uma maneira mais ampla.
Se dedicar não é só empregar todo seu tempo e suor numa coisa, se dedicar para mim agora tem a ver também a ponderação, estudo, avalizações.
Que ferramentas preciso para melhorar minha relação com as coisas que me são caras, que tipo de atenção preciso dar, qual a qualidade do tempo que devo dedicar?
Veja bem, até agora me refiro apenas á dúvidas, e é tudo que tenho neste momento, dúvidas em como vou conseguir alterar meu comportamento, como irei maturar estas idéias aponto delas saírem da minha mente e tomarem meus atos.
E neste momento acho que o pensar "no nada" pode ajudar.
Explico "o pensar no nada" sendo aquele momento em que sua mente parece relaxar e nada verdadeiramente importante parece se projetar na tela de seu pensamento, é como se flutuasse entre a ciência e o inconsciente, nestes momentos muitas vezes aparecem cenários, situações e possibilidades que talvez nunca tenham atraído muito de sua atenção. É também o momento que se desliga do trivial, é o lugar que pode pensar no que quiser, é onde pode relaxar. Espero que seja "o pensar no nada" um dos condutores da epifania que tanto espero para dar o start naquele plano louco, fora dos padrões que vejo nos filmes e habita meu imaginário.
Sei que tudo isso irá me levar a questionamentos oriundos de outras pessoas e de mim mesmo.
Enquanto isso vou me apegar a máxima que diz,
              " a vida começa aos quarenta".



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