sexta-feira, 8 de setembro de 2017

ROGERIA


Só pra te falar...

Ando perdendo tempo falando de seres chatos, lulas, dorias, bolsonadas, temers, mas hoje eu quero falar de um ser humano ROGÉRIA.
Não a conheci pessoalmente e nem faço ideia do como era em sua vida privada, mas penso na coragem dessa pessoa, hoje ainda convivemos com situações segregadoras absurdas, mas imagino quando a ingenuidade pura de ser quem queria, ou deveria ser, a fez dar este passo que de alguma maneira mudou toda uma sociedade.
Me lembro de ainda pequeno vê-la nos programas de auditório da TV aberta, programas assistidos ao lado da família, eu achava aquela "tia" engraçada e "despachada" dona de uma voz forte e sempre bem humorada, acho que somente na casa dos 14 anos meu pai ou minha mãe comentaram que ela era um cara. E é aí a contribuição desta senhora para nossa sociedade, ainda chata.
Rogéria não era um cara vestido de mulher, não era uma bicha louca (expressão muito utilizada para xingar os gays, cunhados e jogadores que futebol que caiam a menor toque), Rogéria era Rogéria, não havia essa de achar um absurdo que um travesti estava nos horários mais nobres da TV, não ouvia os mais velhos se queixarem.
Rogeria não era aceita, ela era como todos os outros artistas, mais engraçada e autentica é verdade, ela tinha passe livre na casa de toda família, mesmo quando tratava de assuntos mais delicados sua eloquência era admirável.
E mesmo não parecendo fazer parte da necessária militância LGBT, esse artista entrou em praticamente todo lar brasileiro pela porta da tv e la se instalou, fazia parte dos sábados e domingos de todos, e assim contribuiu para um mundo que hoje aceita discutir certos tabus.
Mesmo os mais caretas (mais uma expressão de outrora), esqueciam ou não se importavam com o gênero de Rogéria, e riam de suas falas como jurada, ou mesmo se impressionavam com seus números musicais.
Por tudo isso, e muito mais, a máxima da própria é perfeita: 

ROGÉRIA é "A Travesti da Família brasileira". Parabéns!

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