domingo, 4 de março de 2012

Antropofágica Paixão -

Só para te falar,


Paixão Antropofágica,

“Só a antropofagia nos une”
Antes de qualquer coisa  a idéia aqui não é explicar nenhum dos dois termos mas sim esse novo termo que cunho agora, sim do alto da minha falta de modéstia literária, da minha soberba intectualoide e dessa genialidade pagã, me dou o direito de invadir o campo da epistemologia e criar conhecimento.
O que seria uma paixão antropofágica?
A exemplo de outras paixões ela mexe com você das maneiras mais inusitadas, sua mão irá suar, pensará nela diversas vezes ao dia, torcerá para sonhar com ela todas as noites, irá falar com voz de criança ao telefone e sentirá encabulado até quando dizer um simples bom dia.
Qual a diferença para as outras paixões?
Calma não pense que ao final da história,á a exemplo de algumas de nossas tribos já extintas por motivos menos nobres que comida, irá fazer um churrasco para os amigos com as mais tenras e nobres partes de sua amada, isso poderia criar também o ciúme canibal, mas não, nada disso.
Tão pouco reunir amigos e discutir uma maneira brasileira, onde as delicadezas e nuances dos amantes europeus serão combinadas a energia rústica e viril de nossos antepassados indígenas e africanos criando um Abaporu sacana que será disputado a tapas por compositores para ser tema de enredo de escolas de samba a cada fevereiro. Pode esquecer isso também.
Mas somente a fusão destas duas interpretações da antrofagia descreve este sentimento e/ou sensação.
Você quer agradá-la de todas as maneiras, a todo momento, seja elogiando no novo corte de cabelo, abrindo a porta do carro como se fosse uma carruagem nos idos do século XVIII, até tomá-la com força apertando-a contra seu peito nu.
É querer devorá-la em beijos como se fosse absorver seu espírito e experiências, tentar embriagá-la com carinhos sutis aliados ao vinho que você finge conhecer.
É querer decorar palavras em francês para tornar aquele momento inesquecível, mostrar sua intelectualidade para mais tarde incendiar a cama num ritual que enlouquecerá seu paladar.
A paixão antropofágica quer saborear e absorver todos os aspectos de sua contraparte, quer se fundir a cada curva deste outro corpo, entender sua maneira de pensar, se divertir com suas manias, pensar suas dúvidas, se irritar com sua irritação, ver em seu corpo o habitáculo de seus desejos, negar seus nãos, aceitar seus sins, ter a sede morta em sua saliva, tremer em seu gozo.
E mesmo mantendo sua individualidade não vê a hora da próxima refeição, digo, encontro!!!


P.s. Agradecimentos especias a galera de 1928 e a todas as tribos com paladar, digamos, aguçados.

2 comentários:

  1. Só espero que sua paixão antropofágica seja mais metafórica que literal... hehe

    Gostei!

    Beijos.

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  2. É um texto, quase uma brincadeira, nada literal. bjs

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